Fakenews e o impacto nos nossos tempos

Na segunda, 27 de abril, às 21:58, a página Quebrando o tabu publicou no facebook um post sobre um erro de hashtag postada no twitter em apoio ao presidente do Brasil, chamando a atenção para o fato de que, supostamente, “70.000 pessoas” escreveram incorretamente a mesma palavra na manifestação de apoio. Isso poderia ter algumas explicações, inclusive uma delas, é a escolha dos apoiadores repostarem a hashtag com maior engajamento, mesmo escrita errada, para aumentar visibilidade – eu pensei e você também poderia pensar – se não estivéssemos na era das fake news, isso seria bem possível, mas hoje, levando em conta todo o contexto, pouco provável. Claro que já havia pensado sobre a problemática de se espalhar mentiras nas redes sociais e captar, através disso, um capital político, mas eu não entendia a profundidade e o real impacto dessa ação nos países, na política e na vida de cada um de nós. Eu também não entendia por que não recebi fake newsna época das últimas eleições presidenciais e porque várias pessoas que eu convivo também não haviam recebido. Eu tive contato com essas mentiras, quando uma colega, decidiu compartilhar algumas sobre a candidata à vice presidência, Manuela d´Ávila e eu fiz uma tentativa de mostrar notícias reais que combatiam aqueles fatos, mas a pessoa, por posicionamento político diferente do meu, não quis acreditar. Enfim, segui em frente, ainda pensando que muitas pessoas não acreditariam no que estava sendo mostrado ou dito. Eu fui extremamente inocente! Para mim, a questão principal de lidarmos com tempos de muitas fake News, é pensarmos no impacto, por exemplo, das eleições em 2018 para quem foi afetado por mentiras e escolheu votar branco ou nulo. Essas mentiras da era da pós verdade têm causado mudanças absurdas no mundo que conhecemos. Em uma conversa com uma amiga querida, cientista política e pesquisadora incrível, me indicou o documentário lançado pela Netflix Brasil no ano passado: Privacidade hackeada (The Great Hack). Nele vemos como os dados se tornaram mais importantes e relevantes que o petróleo, como a falta de privacidade no uso dos nossos dados explicam fatos políticos, econômicos e mudanças de grande impacto na nossa sociedade. Recomendo a quem ainda não assistiu para contribuir nas discussões sobre a sociedade atual e a necessidade de refletimos, seriamente, no que compartilhamos, e principalmente, como acessamos, recebemos e acreditamos nas informações que chegam até nós!
O que é e como participar do julho das pretas

Você já ouviu falar no Julho das Pretas? A iniciativa criada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, chega a sua 8ª edição, em 2020, com cada vez mais visibilidade em uma sociedade que ainda precisa aprender muito sobre a luta feminista e antirracista. Bora, então, conhecer esse projeto, como surgiu, quais são seus objetivos e, principalmente, como participar da edição deste ano. O que é o Julho das Pretas? Vou começar o nosso papo contando um pouco da história desse movimento, começando pelo Odara, passando pelos preceitos do Julho das Pretas e pelos destaque das edições anteriores. Acompanhe. Odara – Instituto da Mulher Negra O Odara é uma organização negra feminista que visa superar a discriminação e o preconceito sofrido pelas mulheres negras em nosso país por meio de ações que promovem a autonomia e a inclusão sociopolítica dessa população. A instituição conta com várias frentes de trabalho que impactam tanto os aspectos individuais e pessoais quanto os coletivos. As iniciativas são organizadas em programas nas seguintes temáticas: comunicação; direitos humanos; pesquisa e intercâmbio; saúde da mulher negra. Cada um deles está recheado de projetos e campanhas que ajudam a fortalecer a identidade da mulher negra, suas raízes, suas histórias e suas habilidades perante a sociedade. A escolha do mês de julho Antes de falar sobre os objetivos que regem o Julho das Pretas, acho importante trazer um pouco de contexto para a conversa. Dia 25 de julho é comemorado o dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data foi escolhida por ser o aniversário de morte de Tereza de Benguela, rainha de um importante quilombo onde hoje fica a fronteira do estado do Mato Grosso com a Bolívia. Benguela assumiu a liderança do quilombo após a morte de seu marido e implementou mudanças importantes para a resistência do lugar, por mais de 2 décadas. Foi sob sua gestão que a comunidade passou a contar com um parlamento para a tomada de decisões e a ter uma estrutura econômica mais robusta. O suficiente para que o quilombo contasse com armamento para a sua proteção. Em 1770, a coroa portuguesa conseguiu recapturar parte dos escravos, entre eles, Teresa, que foi decapitada e teve sua cabeça exposta em praça pública para servir de exemplo. Contudo, o quilombo foi reerguido por quilombolas que conseguiram escapar dessa investida, e o local foi finalmente desfeito apenas em 1795. Objetivos do Julho das Pretas Teresa de Benguela é fonte de inspiração, pois suas conquistas representam a força da mulher negra, que é exposta a desafios cotidianos e consegue, ainda assim, prosperar e trazer desenvolvimento para os seus. Vide as tantas e tantas mães de família, periféricas, que multiplicam pães e conseguem prover a formação escolar de seus filhos. O Julho das Pretas surgiu com o intuito de trazer luz para a questão da mulher preta frente à sociedade machista, misógina e cruel que temos hoje no Brasil. A ideia é ter um mês inteiro de pautas feministas e antirracistas, em diferente canais e tratando de diferentes temáticas específicos. Edições anteriores Nas edições anteriores, as ações não tinham todo esse apelo virtual que temos este ano. Eram promovidas palestras, rodas de conversa, oficinas e, no dia 25, uma marcha em prol do movimento feminista negro, em diferentes cidades do país. A riqueza de iniciativas precisou ser adaptada ao cenário de isolamento social, mas isso nem de longe enfraqueceu o Julho das Pretas. Pelo contrário, agora podemos alcançar mais pessoas, por meio da internet, e conquistar mais adeptos para a causa, que depende do engajamento de todos ao longo do ano inteiro. Como participar do Julho das Pretas? O Julho das Pretas é bastante amplo e não precisa se limitar à programação elaborada pelo Odara. Contudo, é importante prestigiar as ações do instituto para fortalecer a iniciativa como um todo. Veja algumas formas de participar. Inscreva-se para a Ocupação Virtual Se você é uma mulher negra e tem algo para contribuir com a comunidade, inscreva-se na Ocupação Virtual! Ela acontecerá no dia 25 e tem espaço para bastante gente. Você pode compor uma roda de conversa, trazer a sua arte para apresentá-la ao público, ensinar a fazer arte, enfim, uma infinidade de coisas. Ajude a divulgar o evento Se você não deseja participar como ocupante, você pode ajudar na divulgação do evento. Siga o Facebook e Instagram do Julho das Pretas, compartilhe as informações disponibilizadas lá com seus amigos e familiares. Ajude a fazer com que mais pessoas conheçam e prestigiem tanto a Ocupação Virtual quanto outros eventos relacionados à luta feminista negra. Prestigie a Ocupação Virtual Por fim, não se esqueça de assistir à Ocupação Virtual. Serão 24 horas de conteúdo, dos mais diversos tipos e gostos. Escolha aqueles que mais lhe interessam e participe das transmissões. Interaja com os ocupantes, enriqueça as discussões, ou, simplesmente, dê uma curtida. Cada pequeno detalhe faz bastante diferença para a causa. Agora que você já conhece o Julho das Pretas e sabe como fazer para colaborar, é hora de botar a mão na massa! Inscreva-se para a Ocupação Virtual, divulgue para todos e todas da sua rede de amigos e familiares e não se esqueça de acompanhar as atividades ao longo do mês. Juntas podemos muito mais! Aproveite que está aqui e me siga no Instagram, Facebook e LinkedIn. Lá eu estou sempre atualizando vocês sobre os eventos feministas e negros que estão para acontecer!
Ponto de Indignação

Foram semanas com diversas tensões raciais por conta das cruéis mortes de João Pedro e Miguel no Brasil e George Floyd e Breonna Taylor nos EUA, onde eclodiram manifestações no mundo todo. Lembrei de dois ensinamentos de uma grande amiga que problemas complexos exigem soluções complexas e se não considerarmos parte do problema, não seremos parte da solução. Bom, nesse caso somos todos parte do problema já que todos temos uma raça. Pouco antes de todos esses acontecimentos, eu acabara de assistir ao filme raça e redenção e achei inspiradora a história baseada em fatos reais em uma cidade no Sul dos EUA, onde, pouco tempo após a segregação, conseguiram promover a conciliação entre o extremo do racismo versus o ódio pela branquitude. Aliás, deixo como dica para pensarmos na naturalização de opressões e uma crença na impossibilidade de mudanças de atitudes ou posturas diante delas. Então decidi demorar um pouco mais para me posicionar porque primeiro ainda estava tocada por essa história real de conciliação entre partes historicamente inconciliáveis e após os fatos, tudo parecia desmoronar novamente. Segundo, por acreditar que devemos fazer no nosso tempo, respeitando nossos limites e ao se posicionar, fazer por uma escolha e não obrigação. Terceiro, por decidir lidar com injustiça da forma que eu normalmente lido, ou seja, pensando como possibilitar que situações extremamente dolorosas, como assassinatos de pessoas negras sejam ressignificados em um motivo de luta para evitar que a próxima família precise passar pelo mesmo sofrimento. Sempre entendi o quanto o racismo pode ser o “crime perfeito”, relembrando o prof. Kabengele que pontua como o racismo hierarquiza diversidades, além de impor que a pessoa que sofra com ele, tenha que sozinha superar todas as barreiras, internas e externas, para ser uma história única de superação e vitória, sem uma real compreensão dos custos desse caminho na saúde mental e física de cada um de nós. Você sabia que o Brasil é 1° país em ansiedade no mundo, o 5° em depressão e a terceira causa de morte externa é o suicídio, sendo que entre pessoas de 10 a 29 anos, 45% de jovens declarados pardos ou negros tem mais risco de suicidar-se do que brancos. No Brasil a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado, a violência doméstica aumentou, nos últimos anos, em 54% para mulheres negras e diminuiu em 9,8% quando se tratam de mulheres brancas. Quando falamos sobre a polícia, apesar de negros serem 37% do efetivo total, temos 51,7% dos policiais mortos entre 2017 e 2018 eram negros. Em média, trabalhadores brancos recebem 75% a mais que pretos e pardos no Brasil e a maior diferença salarial, considerando homens e mulheres brancos e homens e mulheres negras, é o salário da mulher negra. Enfim, tenho lido várias publicações de pessoas brancas, incomodadas, por se perceberem imersas em universo de relações profissionais e pessoais somente com seus pares e realmente acredito que muitas pessoas não sabem como contribuir em uma mudança efetiva na sociedade. Ao mesmo tempo, diversas pessoas negras sentem-se cansadas por saberem de dados, estatísticas de um genocídio que vem desde o início da escravatura no Brasil. O fato é que nós, negros em sua maioria, sabemos desses números há muito tempo e tem pessoas que se deram conta dele nos últimos dias ou agora nesse texto. Não importa qual é o seu caso, mas se você está se perguntando o que pode fazer porque sentiu um ponto de indignação, entendendo que a maior parte das pessoas negras não vive ou se desenvolve acessando as mesmas oportunidades de educação, saúde, segurança e mercado de trabalho como todas as outras, deixo o pedido que compartilhe meu texto e me procure porque estou iniciando um projeto de promoção de igualdade racial. Existem inúmeras plataformas, não é mesmo?! Sim, eu sei! Quero fazer parcerias, mas também existem inúmeras dificuldades e eu decidi ser mais uma pessoa a contribuir na transformação que o Brasil precisa por me considerar como parte do problema. Convido você a fazer o mesmo!
Violência contra as mulheres em momento de isolamento

Decidi durante o mês de abril fazer algumas lives sobre gênero, política e a pandemia por entender que esses temas estão intrinsecamente relacionados, já que estamos vivendo esse capítulo sem precedentes na história e podemos pensar sobre diversos pontos. Em tempos de distanciamento social, as tensões familiares tendem a crescer porque temos famílias inteiras convivendo diariamente dentro de um mesmo espaço. Mulheres em situação de violência podem não ter um espaço para pedir ajuda, pois na quarentena ninguém sai para o trabalho ou se ausenta por muito tempo. Na China, primeiro país a adotar o distanciamento como forma de contenção da pandemia do covid-19, ativistas de direitos humanos afirmam que as denúncias de agressão a mulheres no ambiente familiar subiram três vezes durante o período de confinamento e muitas das vítimas não tinham ideia a quem recorrer. A partir desse alerta, outros países, incluindo o Brasil – o 5° país que mais mata mulheres no mundo – tem tomados algumas medidas para que a casa, lugar que ocorre 90% das violências sofridas por mulheres segunda dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, se torne mais seguro. Uma das medidas adotadas nas últimas semanas em São Paulo é a possibilidade de fazer o boletim de ocorrência online. Talvez você esteja se perguntando qual a importância de saber esses números e te digo que qualquer vizinho ou testemunha de violência pode acionar a polícia militar no 190 e essa informação pode salvar vidas. Precisamos lembrar que ter uma sociedade mais segura para meninas e mulheres é um papel de todos nós. Uma outra maneira de promover melhorias na vida de populações mais vulneráveis é o quanto a levamos a política a sério, pois nosso voto, pode contribuir para elegermos políticos comprometidos com melhorias sociais e econômicas através de políticas públicas efetivas. Nas eleições temos a possibilidade de atuar ativamente na transformação da sociedade, construindo com corresponsabilidade, um lugar com diminuição de desigualdades, com direito para todos, com uma economia balanceada e sustentável. Que esses tempos de crise não sejam em vão e nos impulsione a fazer a nossa parte em todas as esferas de nossas vidas. Afinal de contas, precisamos dar sentido e norte para esse momento tão complicado que vivemos. Vamos em frente!
Violência contra as mulheres em momento de isolamento
Decidi durante o mês de abril fazer algumas lives sobre gênero, política e a pandemia por entender que esses temas estão intrinsecamente relacionados, já que estamos vivendo esse capítulo sem precedentes na história e podemos pensar sobre diversos pontos. Em tempos de distanciamento social, as tensões familiares tendem a crescer porque temos famílias inteiras convivendo diariamente dentro de um mesmo espaço. Mulheres em situação de violência podem não ter um espaço para pedir ajuda, pois na quarentena ninguém sai para o trabalho ou se ausenta por muito tempo. Na China, primeiro país a adotar o distanciamento como forma de contenção da pandemia do covid-19, ativistas de direitos humanos afirmam que as denúncias de agressão a mulheres no ambiente familiar subiram três vezes durante o período de confinamento e muitas das vítimas não tinham ideia a quem recorrer. A partir desse alerta, outros países, incluindo o Brasil – o 5° país que mais mata mulheres no mundo – tem tomados algumas medidas para que a casa, lugar que ocorre 90% das violências sofridas por mulheres segunda dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, se torne mais seguro. Uma das medidas adotadas nas últimas semanas em São Paulo é a possibilidade de fazer o boletim de ocorrência online. Talvez você esteja se perguntando qual a importância de saber esses números e te digo que qualquer vizinho ou testemunha de violência pode acionar a polícia militar no 190 e essa informação pode salvar vidas. Precisamos lembrar que ter uma sociedade mais segura para meninas e mulheres é um papel de todos nós. Uma outra maneira de promover melhorias na vida de populações mais vulneráveis é o quanto a levamos a política a sério, pois nosso voto, pode contribuir para elegermos políticos comprometidos com melhorias sociais e econômicas através de políticas públicas efetivas. Nas eleições temos a possibilidade de atuar ativamente na transformação da sociedade, construindo com corresponsabilidade, um lugar com diminuição de desigualdades, com direito para todos, com uma economia balanceada e sustentável. Que esses tempos de crise não sejam em vão e nos impulsione a fazer a nossa parte em todas as esferas de nossas vidas. Afinal de contas, precisamos dar sentido e norte para esse momento tão complicado que vivemos. Vamos em frente!
Pro-cras-ti-nar

Já estamos em fevereiro e como dizem que o ano só começa depois do carnaval, quero saber se você já procrastinou nesse 2020. E se a resposta for sim, lhe convido a encarar esse hábito com outro olhar. Um olhar realista, mas generoso com você. Quando você se propõe a fazer determinada atividade, mas vai deixando para depois e esse depois se torna semana ou até mês que vem, a procrastinação chegou, e ainda veio acompanhada de culpa e angústia por não ter cumprido sua meta. O que muitas vezes não percebemos é que ela camufla outra sentimento, a frustração por ter criado metas impossíveis ou incompatíveis com quem se é. Daí a importância do autoconhecimento. Se você sabe que tem dificuldade em acordar cedo, por que estipular a meta de levantar horas antes para correr? Se o seu objetivo é iniciar uma atividade física, faça isso de maneira generosa e autêntica consigo mesmo. Talvez a saída seja correr no fim da tarde nos dias de folga, respeitando seu corpo e estabelecendo metas factíveis para você e não para os outros. E se você não conseguir atingir sua meta, tudo bem. Você é um ser humano. Pare, analise o plano que você traçou, o que a vida lhe deu e o que de melhor você pode fazer com isso. Se ainda assim você sentir que não consegue superar essa frustração sozinho, um dos caminhos é procurar a terapia. Ser feliz consigo mesmo, é em geral, a melhor resposta!
Um pequeno retrato do Brasil

Você já se perguntou por que num país onde 55% da população é negra, a porcentagem de negros no poder executivo, legislativo, judiciário ou mesmo na medicina e diretoria de empresas é praticamente nula? Por outro lado, 65% dos presidiários são auto-declarados pretos ou pardos. É inegável que isso passa uma mensagem tanto aos negros, quanto aos brancos. Quando um funcionário do banco Itaú viu uma mulher negra com determinado valor em sua conta bancária, ele enxergou exatamente o que a nossa sociedade nos mostra através do racismo estrutural. O preconceito que não terminou com a abolição da escravidão, mas que está aí naturalizado em atitudes deploráveis como essa. Por que uma mulher negra não pode ser uma empresária bem sucedida? Se Lorenna Vieira fosse branca, teria recebido o mesmo tratamento nessa quinta-feira, no banco Itaú? Uma mulher branca tentando sacar seu dinheiro, seria vista como suspeita de fraude e saído da agência levada pela polícia para prestar esclarecimentos? Infelizmente, nós sabemos que não. Então o que você e eu podemos fazer? Nunca individualizar o problema, como se esse fosse um caso isolado. Entender que se existe racismo é porque, enquanto sociedade, enxergamos algumas pessoas superiores à outras, causando sofrimento psíquico, físico e social a outro grupo. A responsabilidade de quem quer combater o racismo é entender que o lugar de luta é de brancos e negros. Comece observando quantas pessoas negras frequentam os mesmos lugares que você e se nós não estamos lá, fazer a coisa certa, significa questionar e contribuir para mudar essa realidade.
Pode chegar, 2020!!!!

Não foi um ano fácil mas aprendi bastante, principalmente que preciso ter um plano de felicidade pessoal para além da militância. Relembrando o texto da jornalista Eliane Brum após as eleições do segundo turno no ano passado: valorizar as cotidianices. Aliás há 3 anos tenho aprendido isso algumas pessoas que estão ao meu redor. Saber viver, aproveitar a vida e mesmo que o mundo seja injusto e cruel, se permitir ser feliz. Tenho aprendido diariamente como ser feliz “apesar de”. Apesar de AINDA não ter feito algo impactante no Brasil, renovo minhas esperanças, sonhos, planos e metas para 2020. Com esse sorriso da foto, mando um recado para àqueles que personificam as idelologias que mais me apavoram: racismo e misognia. Nunca deixarei vocês roubarem a alegria de saber que “apesar de” todas as violências, injustiças e desigualdades existentes, sou feliz por quem sou, pelas causas que luto e pelo que ainda alcançarei. Esse pensamento sobre a felicidade me perseguiu em 2019… Não podemos deixar que roubem nossa alegria porque o racismo e a misognia já nos tiraram/tiram/tirarão demais. Muitas vezes eles nos fazem acreditar em um mar de impossibilidades que minam nossas forças, nossa saúde mental e física, nossos sonhos e nossa alegria. Por isso, repito, tenham um plano de felicidade pessoal, focado em coisas simples que te façam acordar, sorrir, relembrar que toda forma de luta vale à pena, inclusive, aquela que vem acompanhada de um sorriso no rosto. Pode vir 2020, que seguirei com muita luta e felicidade, SEMPRE! Desejo à todas, todes e todos um 2020 com alegria como companheira persistente! Ah, e claro, muita terapia! Cuidem de sua saúde mental, galera!!!! #2020 #2020seramelhor #mulheresnegras #psicologamarianaluz #psicologiaporamor #saudemental #saude #mulheres #tokyo2020 #mulhervotaemmulher #quemmandoumatarmarielle #healthylifestyle #amor #alegria #alegriadeviver #nenhumadenosamenos #PelaVidadeTodasasMulheres #blackpower #blackwoman #blacklivesmatter #vidasnegrasimportam #paremdenosmatar #pride🌈 #lgbtfobicosnaopassarao #LGBT #porqueodiamosasmulheres
Corpinho de verão

Estive, à convite da #SampaTalks – se ainda não conhece busque nas redes sociais esse projeto de popularização da saúde mental porque vale à pena – em um bate-papo super legal sobre as exigências que são feitas sobre nossos corpos quando se aproxima o verão. Quantas mulheres e garotas não conseguem ir à praia, vestir um biquini porque tem estrias, celulites e está acima de um determinado peso. Uma das perguntas na roda de conversa foi como nos amarmos, da forma que somos, se somos cobrados o tempo todo por uma perfeição que parece nunca chegar e nunca bastar?! Eu me lembrei da minha mãe. Quando eu era criança sempre que tinha alguma ideia mirabolante do que gostaria de ser ao crescer, meus pais me apoiavam. Incondicionalmente. Aliás, até hoje, se eu disser que deixarei a psicologia para trabalhar com qualquer outra coisa, minha mãe será a primeira a dizer: vai dar certo. Faça! Não estou dizendo que minha família é melhor do que outras (embora admita que tenho o privilégio de ter pais extremamente compreensivos, amorosos e incentivadores) ou algum tipo de exemplo, mas meus pais me fizeram entender a importância de olhar para a #primeirainfancia. Quando conversamos com adolescentes, vemos entre tantas mudanças dessa nova geração, uma potência extraordinária de pessoas diversas que acreditam que mudar o mundo é mais simples do que parece Sinceramente eles parecem frutos de muita luta para olharmos a infância com ainda mais cuidado e carinho, promovendo potencializar todas as crianças nessa fase tão importante do desenvolvimento humano. #infancia #saudemental #cuidardesi #cuidardooutro #aceitacao #aceita #amor #bodypositive #criancasnegras #women #itgirl #mulheresnegras #psicologiaporamor #psicologamarianaluz #autocuidado
Pensando sobre o filme “O ódio que você semeia”…

O filme retrata a repercussão na vida de uma garota negra que presenciou o assassinato de seu amigo e primeiro amor, uma garoto negro de apenas 16 anos, cometido por um policial branco em uma abordagem de rotina. Toda a comunidade é afetada e o filme mostra com sensibilidade ímpar o que esse crime bárbaro faz com cada um dos envolvidos. Mesmo àqueles que não o conheciam pessoalmente, porém se sentem afetados. Esse é o ponto de atenção que trago aqui: parece que não há como não ser afetado de alguma maneira por um fato desses. Somos seres com relação no mundo, conosco mesmo e com os outros, e seguindo essa lógica, tudo nos afeta, certo? Então porque algumas pessoas não se sensibilizam com o número de mortes de jovens negros semelhante ao de países em guerra, com o fato de o Brasil ser o país que mais mata população LGBT e o 5 país que mais mata mulheres?! O rapper Tupac explica esse fenômeno do Thug life nesse filme: o ódio que semeamos atinge todo mundo e esse ciclo não acaba. O ódio não atinge somente quem morre, mas quem mata também. O filme inspira porque nos faz pensar em que acreditamos. Sou ativista porque eu acredito. Acredito que mesmo com todo racismo, misognia e lgbtfobia, em algumas situações, o lado certo das histórias vencem. Ainda assim é difícil conviver com injustiças: vidas sendo dizimadas por serem quem são. Alguns tem o privilégio de viver, outros sobreviver, mas tanto um lado quanto o outro é atingido por esse ódio. O filme faz um convite para, de alguma forma, cessarmos esse ciclo e seguir acreditando que a felicidade, a autenticidade e a militância incomodam mais que o ódio, sendo novas possibilidades de estarmos no mundo. E você, já pensou no ódio que semeia? Recomendo muito o filme! #livesblackmatters #racismo #jovemnegrovivo #psicologamarianaluz #psicologiaporamor #saudemental