Estamos no mês de celebração das mulheres pretas e eu não poderia deixar de homenagear exemplos que me inspiram como mulher e como preta. A nossa luta diária é pesada, temos que lidar com o machismo e com o racismo ao mesmo tempo, tememos por nós, por nossos filhos e por nossos entes queridos. Mas também somos exemplo de força, de coragem e de determinação.
Inspirar-se em outras pessoas nos ajuda a enxergar possibilidades que antes não víamos, a perceber que não estamos sós e que somos capazes de muita coisa que a sociedade nos diz que não. Por isso, resolvi trazer essas 8 mulheres pretas inspiradoras para você conhecer, seguir e se encantar.
1. MC Soffia
Tão jovem e tão sábia. Mc Soffia, que hoje tem apenas 16 anos, é rapper e ativista da luta feminista e antirracista. Nascida em uma família envolvida na militância negra, desde muito pequena ela se interessou pela arte, em especial pelo hip hop, como forma de expressar suas ideias e seus protestos. Com apenas 12 anos, se apresentou ao lado de Karol Conká, na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
As suas composições enaltecem a beleza da negritude, sua força e sua luta. O grande objetivo de Mc Soffia é mostrar para as meninas negras o quanto elas são lindas e devem se aceitar e se amar, bem do jeito que são. Seu primeiro grande sucesso veio ainda aos 12 anos, com a música Menina Pretinha, que discute a falta de representatividade em bonecas para crianças pretas.
Em junho deste ano, ela lançou a música Raízes, que trata dos cabelos como símbolo de força e resistência dos negros. No mesmo mês, ocupou o perfil da cantora Luísa Sonza, no Instagram, por 7 dias, como parte das ações de protestos pelo movimento Black Lives Matter. Nessa ocupação ela conseguiu levar a mais pessoas brancas diversas temáticas da luta antirracista.
Tudo isso, com apenas 16 anos de idade! Não deixe de segui-la no @mcsoffia.
2. Janete Costa
Falar da minha mãe é algo muito especial. Mulher forte e determinada: teóloga por paixão, tecnológa de formação e gestora do conhecimento por curiosidade. Aliás ela fez 5 pós-graduações e 240 cursos livres. Isso mesmo: 240 CURSOS LIVRES. Ela é assim! Uma pesquisadora nata. Diagnosticada com diabetes aos 14 anos, decidiu que viveria bem e de forma saudável, sempre com uma alimentação natural. Tornou-se uma cozinheira de mão cheia e decidiu, junto com minha irmã, abrir a @freesoulfood que busca mostrar à todos os benefícios de comer bem. A minha mãe me inspira, é meu maior exemplo. Uma das coisas que mais admiro nela foi ter criado a mim e a minha irmã de maneira muito empoderada, o que fez toda a diferença na construção das mulheres que somos hoje. Mãe, eu te amo profundamente e incondicionalmente.
Comece a seguir minha mãe pelo @janetenanet ou pelo @freesoulfood e você vai entender toda a minha admiração!
3. Cida Bento
Maria Aparecida Bento, ou Cida Bento, é Doutora em Psicologia pela USP, co fundadora do CEERT — Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades e colunista no Jornal Folha de São Paulo. Seu trabalho tem um impacto tão grande que, em 2015, entrou para a lista das 50 pessoas mais influentes do mundo em Diversidade, pela revista The Economist.
Em sua tese de Doutorado, ela aborda o pacto narcísico da branquitude, onde desperta nossos olhares para a forma como a branquitude construiu meios de resguardar seus privilégios, fazendos das demais etnias, sobretudo os negros, seres inferiorizados. Sua obra e ações são imprescindíveis para a luta antirracista.
Acompanhe seu trabalho na coluna da Folha de São Paulo e pelo Instagram do CEET @ceert.
4. Tia Má
A jornalista, humorista, influencer e, agora, escritora Maíra Azevedo é sinônimo de alegria e alto astral, mesmo tratando sempre de assuntos muito sérios, como o racismo, o machismo e a gordofobia. Grávida de seu segundo filho, Tia Má acaba de lançar seu livro: “Como se livrar de um relacionamento ordinário”.
Ela é um exemplo de mulher forte, determinada e amada. Suas postagens nas redes sociais estão sempre trazendo inquietações sobre a forma como a sociedade trata a nós, negras, mulheres e gordas. Com seu humor ácido, ela dá seu recado sem perder o sorriso no rosto.
Confira e acompanhe a Tia Má pelo @tiamaoficial.
5. Luanna Teófilo
Luanna Teófilo, ou Linda Marxs, como gosta de ser chamada, tem um currículo bem extenso. Já viajou por 3 meses pela Europa, morou na Argentina e na França, mas foi de volta ao Brasil que as coisas começaram a tomar um rumo. Depois de passar por uma experiência de racismo em uma grande empresa, decidiu que era o momento de se dedicar aos projetos que já desenvolvia em paralelo.
Ela já tinha um blog voltado para questões raciais e de gênero, o Efigênias, sua própria startup de desenvolvimento de negócios, a Doorbell Ventures e um e-commerce especializado no público negro, o BAP Store. Foi quando resolveu criar o Painel BAP, uma plataforma de pesquisa de mercado específica para o público negro.
É tanta coisa a se falar da Linda, que não caberia aqui, nessa singela homenagem. O mais importante é que ela é uma força na luta feminista e, principalmente, antirracista. Fomentando discussões nas redes e desenvolvendo negócios que fortalecem a economia dos pretos. Eu tenho a grande honra de chamá-la de amiga e sou muito grata por nossos caminhos terem se cruzado.
Não deixe de segui-la pelo @lindamarxs e no @painelbap.
6. Mafoane Odara
Mafoane Odara é gerente do Instituto Avon e está à frente da área de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas. Além disso, segue envolvida em várias iniciativas que combatem a discriminação racial e de gênero. Filha de ativistas, ela sempre entendeu a importância da luta.
Quando ainda era bebê, seus pais se mudaram com ela para Angola, onde ajudaram a reconstruir o país após uma guerra. Lá, teve seu primeiro contato com a cultura africana, na escola, onde se sentava em roda e as crianças penteavam os cabelos umas das outras. Chegando ao Brasil, aos 6 anos, sentiu a grande diferença que a cor da sua pele faria em sua vida, mas não se deixou intimidar. Aos 13 já protestava ao usar um penteado diferente a cada dia de aula, mostrando que seu cabelo não era ruim, mas sim muito bonito e cheio de representatividade. Tenho uma enorme gratidão por tê-la em minha vida. Sua militância é uma inspiração constante e me ensina como construir pontes, ao invés de muros, na busca por um mundo mais equânime. @mafoane, hoje celebramos seu aniversário e quem convive contigo, recebe o presente de desfrutar de sua amizade e de sua generosidade. Se você ainda não conhece essa Jóia Rara – significado de seu nome de origem Kimbumdu ( Angola) – não perca mais tempo e sairá desse encontro impactado. Obrigada por tudo, um prazer celebrar mais um ano de sua vida! Te amo!
7. Thayna Yaredy (advogada DeFEMde)
Thayná Yaredi é advogada e diretora na Rede Feminina de Juristas, mais conhecida como DeFEMde. Essa iniciativa une profissionais da área do Direito e relacionadas para prestar atendimento às mulheres vítimas de agressões e discriminações.
Além disso, ela também participa de outros coletivos, como o Treta Aqui e o Me Representa, que leva informação e discussões sobre a mulheres, negras e LGBTQI+ na política, como forma de combate às desigualdades e discriminações.
Thayná é uma força na luta feminista. Uma mulher guerreira, um exemplo de mãe, que nos mostra a importância da sororidade e de poder contar com uma rede de apoio com pessoas qualificadas e dispostas a ajudar. Me sinto muito honrada de conhecê-la!
Não deixe de acompanhar a Thayná pelo @thaynayaredy.
8. Valeria Almeida
Valéria Almeida é Jornalista na Globo, comentarista na rádio CBN, palestrante e mestre de cerimônias. Sua jornada na emissora teve início no Profissão Repórter, onde atuava em pautas de cunho social. Uma de suas matérias mais marcantes, foi sobre a AIDS em Moçambique.
Hoje, Valéria é repórter nos programas É de Casa, Mais Você e Encontro, trazendo assuntos mais cotidianos, muitas vezes até mais leves. Mas nunca deixa de representar as mulheres negras em suas aparições, nem de defender nossos direitos em suas discussões, palestras e pautas para as quais é convidada. Você pode acompanhar a Valéria pelo @valeria_almeida_reporter.
Existem muitas outras mulhere pretas inspiradoras, mas estas foram as que resolvi homenagear este mês. Se você ainda não conheci algumas delas, vale muito a pena segui-las em suas redes sociais e em seus projetos. Cada uma delas cumpre um papel muito importante no feminismo negro, por isso merecem toda nossa gratidão!
Gostou de conhecer essas mulheres incríveis? Aproveite essa oportunidade para me seguir nas redes sociais. Você me encontra no Instagram, Facebook, LinkedIn e Youtube!