Você já ouviu falar no Julho das Pretas? A iniciativa criada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, chega a sua 8ª edição, em 2020, com cada vez mais visibilidade em uma sociedade que ainda precisa aprender muito sobre a luta feminista e antirracista. Bora, então, conhecer esse projeto, como surgiu, quais são seus objetivos e, principalmente, como participar da edição deste ano.

O que é o Julho das Pretas?

Vou começar o nosso papo contando um pouco da história desse movimento, começando pelo Odara, passando pelos preceitos do Julho das Pretas e pelos destaque das edições anteriores. Acompanhe.

Odara – Instituto da Mulher Negra

O Odara é uma organização negra feminista que visa superar a discriminação e o preconceito sofrido pelas mulheres negras em nosso país por meio de ações que promovem a autonomia e a inclusão sociopolítica dessa população. A instituição conta com várias frentes de trabalho que impactam tanto os aspectos individuais e pessoais quanto os coletivos.

As iniciativas são organizadas em programas nas seguintes temáticas:

Cada um deles está recheado de projetos e campanhas que ajudam a fortalecer a identidade da mulher negra, suas raízes, suas histórias e suas habilidades perante a sociedade.

A escolha do mês de julho

Antes de falar sobre os objetivos que regem o Julho das Pretas, acho importante trazer um pouco de contexto para a conversa. Dia 25 de julho é comemorado o dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data foi escolhida por ser o aniversário de morte de Tereza de Benguela, rainha de um importante quilombo onde hoje fica a fronteira do estado do Mato Grosso com a Bolívia.

Benguela assumiu a liderança do quilombo após a morte de seu marido e implementou mudanças importantes para a resistência do lugar, por mais de 2 décadas. Foi sob sua gestão que a comunidade passou a contar com um parlamento para a tomada de decisões e a ter uma estrutura econômica mais robusta. O suficiente para que o quilombo contasse com armamento para a sua proteção.

Em 1770, a coroa portuguesa conseguiu recapturar parte dos escravos, entre eles, Teresa, que foi decapitada e teve sua cabeça exposta em praça pública para servir de exemplo. Contudo, o quilombo foi reerguido por quilombolas que conseguiram escapar dessa investida, e o local foi finalmente desfeito apenas em 1795.

Objetivos do Julho das Pretas

Teresa de Benguela é fonte de inspiração, pois suas conquistas representam a força da mulher negra, que é exposta a desafios cotidianos e consegue, ainda assim, prosperar e trazer desenvolvimento para os seus. Vide as tantas e tantas mães de família, periféricas, que multiplicam pães e conseguem prover a formação escolar de seus filhos.

O Julho das Pretas surgiu com o intuito de trazer luz para a questão da mulher preta frente à sociedade machista, misógina e cruel que temos hoje no Brasil. A ideia é ter um mês inteiro de pautas feministas e antirracistas, em diferente canais e tratando de diferentes temáticas específicos.

Edições anteriores

Nas edições anteriores, as ações não tinham todo esse apelo virtual que temos este ano. Eram promovidas palestras, rodas de conversa, oficinas e, no dia 25, uma marcha em prol do movimento feminista negro, em diferentes cidades do país.

A riqueza de iniciativas precisou ser adaptada ao cenário de isolamento social, mas isso nem de longe enfraqueceu o Julho das Pretas. Pelo contrário, agora podemos alcançar mais pessoas, por meio da internet, e conquistar mais adeptos para a causa, que depende do engajamento de todos ao longo do ano inteiro.

Como participar do Julho das Pretas?

O Julho das Pretas é bastante amplo e não precisa se limitar à programação elaborada pelo Odara. Contudo, é importante prestigiar as ações do instituto para fortalecer a iniciativa como um todo. Veja algumas formas de participar.

Inscreva-se para a Ocupação Virtual

Se você é uma mulher negra e tem algo para contribuir com a comunidade, inscreva-se na Ocupação Virtual! Ela acontecerá no dia 25 e tem espaço para bastante gente. Você pode compor uma roda de conversa, trazer a sua arte para apresentá-la ao público, ensinar a fazer arte, enfim, uma infinidade de coisas.

Ajude a divulgar o evento

Se você não deseja participar como ocupante, você pode ajudar na divulgação do evento. Siga o Facebook e Instagram do Julho das Pretas, compartilhe as informações disponibilizadas lá com seus amigos e familiares. Ajude a fazer com que mais pessoas conheçam e prestigiem tanto a Ocupação Virtual quanto outros eventos relacionados à luta feminista negra.

Prestigie a Ocupação Virtual

Por fim, não se esqueça de assistir à Ocupação Virtual. Serão 24 horas de conteúdo, dos mais diversos tipos e gostos. Escolha aqueles que mais lhe interessam e participe das transmissões. Interaja com os ocupantes, enriqueça as discussões, ou, simplesmente, dê uma curtida. Cada pequeno detalhe faz bastante diferença para a causa.

Agora que você já conhece o Julho das Pretas e sabe como fazer para colaborar, é hora de botar a mão na massa! Inscreva-se para a Ocupação Virtual, divulgue para todos e todas da sua rede de amigos e familiares e não se esqueça de acompanhar as atividades ao longo do mês. Juntas podemos muito mais!

Aproveite que está aqui e me siga no Instagram, Facebook e LinkedIn. Lá eu estou sempre atualizando vocês sobre os eventos feministas e negros que estão para acontecer!

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