Você já se perguntou por que num país onde 55% da população é negra, a porcentagem de negros no poder executivo, legislativo, judiciário ou mesmo na medicina e diretoria de empresas é praticamente nula?
Por outro lado, 65% dos presidiários são auto-declarados pretos ou pardos. É inegável que isso passa uma mensagem tanto aos negros, quanto aos brancos.
Quando um funcionário do banco Itaú viu uma mulher negra com determinado valor em sua conta bancária, ele enxergou exatamente o que a nossa sociedade nos mostra através do racismo estrutural. O preconceito que não terminou com a abolição da escravidão, mas que está aí naturalizado em atitudes deploráveis como essa.
Por que uma mulher negra não pode ser uma empresária bem sucedida? Se Lorenna Vieira fosse branca, teria recebido o mesmo tratamento nessa quinta-feira, no banco Itaú? Uma mulher branca tentando sacar seu dinheiro, seria vista como suspeita de fraude e saído da agência levada pela polícia para prestar esclarecimentos? Infelizmente, nós sabemos que não.
Então o que você e eu podemos fazer?
Nunca individualizar o problema, como se esse fosse um caso isolado. Entender que se existe racismo é porque, enquanto sociedade, enxergamos algumas pessoas superiores à outras, causando sofrimento psíquico, físico e social a outro grupo. A responsabilidade de quem quer combater o racismo é entender que o lugar de luta é de brancos e negros. Comece observando quantas pessoas negras frequentam os mesmos lugares que você e se nós não estamos lá, fazer a coisa certa, significa questionar e contribuir para mudar essa realidade.