Como montar suas prioridades em 2022, começando por você…

É comum as pessoas se queixarem por estarem caminhando em círculos dentro da própria vida, ou que estão se esforçando muito e não estão chegando em lugar algum. Dentro desse cenário de frustração, vale um questionamento: o quanto essas pessoas estão se planejamento para alcançarem a vida que desejam? Falo isso, porque uma causa comum para esse tipo de frustração é que a maioria das pessoas não direciona sua energia em um foco específico e por isso, acabam se se sentindo decepcionadas por não verem sua vida avançar. Tenho certeza de que você não quer que isso aconteça com você, certo? Sendo assim, se nesse novo ano você quer mudar de alguma forma sua vida, seja ter mais qualidade de tempo, avançar na carreira ou ter prosperidade financeira, uma coisa é fato, você precisa ter um bom plano! E aí, já parou para pensar por onde começar? A palavra é: planejamento pessoal!  Ter um planejamento pessoal vai te ajudar a definir suas metas e objetivos para 2022, além de te ajudar a direcionar suas ações rumo a realização. É importante que nesse planejamento, tenha prazos e recursos para concretização de cada objetivo. Assim, você não terá espaço para distração e conseguirá manter o foco com mais facilidade. Quando apenas deixamos que as coisas aconteçam, sem planejar, corremos o risco de tomarmos decisões ruins e que, muitas vezes, podem nos prejudicar. O ideal é que você seja cada vez mais objetivo em relação aos seus desejos, pois assim, seus sonhos ganharão clareza dentro da sua mente e você se sentirá mais confiante em suas realizações. 5 dicas para priorizar o que é importante para você. Para começar a construir um planejamento pessoal, uma boa dica é responder algumas perguntas-chaves, por exemplo:– como, quando, por que (propósito), onde e com quem você vai realizar tal meta? Depois de ter feito isso, você conseguirá visualizar cada meta com mais clareza e abaixo, deixo 5 dicas para que você se mantenha no caminho das suas realizações. Defina suas metas – As metas são o seu norte! Lembre dos motivos pelos quais decidiu lutar por elas. Com certeza, se elas são as primeiras coisas que vem à sua cabeça, elas são importantes! Seja pé no chão – Ao definir seus objetivos seja sempre o mais verdadeiro possível. Sonhe com os pés no chão e trabalhe dentro das possibilidades reais. Do contrário, na primeira dificuldade você desistirá. Cuidado com seus pontos fracos – Para realizarmos qualquer coisa na vida precisamos conhecer quais são os desafios que podem nos impedir de realizar nossos sonhos. Por isso, faça uma auto-observação, identifique os pensamentos e comportamentos que podem te prejudicar durante o processo. Tenha foco – Se você realmente quer chegar a algum lugar precisa manter-se no caminho certo. Seu objetivo depende diretamente do seu comprometimento. Lembre-se disso e não deixe que sentimentos de dúvida, medo e ansiedade te sabotem. Motive-se – Do mesmo modo que é preciso focar, é preciso se motivar todos os dias. Manter-se conectado aos motivos pelos quais você quer atingir suas metas. Por isso, pensar em recompensas no dia a dia por fazer escolhas rumo aos seus objetivos te ajudará a ser sentir presenteado por estar no caminho certo. No mais, se você se organiza e acredita, pode e vai realizar todos os seus objetivos. Siga em frente!

Transtorno de Ansiedade: fique atenta para descobrir se você tem

Antes de mais nada, é importante entender que a ansiedade por si só não é algo negativo! Cá entre nós, ter um pouco de ansiedade no dia a dia é normal. Ok? Por exemplo, nada mais normal que sentir ansiedade antes de um evento importante ou antes de um encontro com uma pessoa que você nunca viu. Visto que a ansiedade está intimamente ligada aos sentimentos de preocupação, nervosismo e medo intenso. Ou seja, uma pessoa pode se sentir ansiosa quando acredita que existe algum um risco futuro ou uma ameaça. Mas, apesar de ser uma reação natural do corpo, a ansiedade pode virar um distúrbio quando passa a atrapalhar o dia a dia, e infelizmente essa é uma situação mais comum do que se imagina. Veja só, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 264 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno de ansiedade ao redor do mundo!  Entretanto, o que precisa ficar claro é a principal diferença da ansiedade normal para o transtorno de ansiedade, este último sim, causa prejuízos na vida de quem sofre! Transtorno de Ansiedade O Transtorno de Ansiedade é a preocupação excessiva combinado com o estresse recorrente, por serem excessivos ou persistirem por um longo período acabam afetando a rotina.  Embora haja diversos tipos de transtornos de ansiedade, é possível encontrar um padrão entre eles. Para que você entenda melhor, separei alguns dos sintomas mais comuns de um transtorno de ansiedade:  Fala acelerada Respiração ofegante e falta de ar Sensação de tremor e vontade de roer as unhas Agitação de pernas e braços Tensão muscular Irritabilidade Enxaquecas Boca seca e hipersensibilidade de paladar Insônia Preocupação excessiva Dificuldade de concentração Medo constante Sensação de que vai perder o controle ou que algo ruim vai acontecer Desequilíbrio dos pensamentos Sensação de ser um observador externo da própria vida (despersonalização) Sentir-se desconectado de seus ambientes (desrealização) Se você quer saber se sofre de de Ansiedade ou de Transtorno de Ansiedade Generalizada, fique atento a esses sintomas e ao período de duração de cada um deles, caso passem a atrapalhar seu dia a dia, procure por ajuda.

Nenhum psicólogo vai resolver os seus problemas, apenas você.

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo! São mais de 18 milhões de pessoas que sofrem de transtorno de ansiedade, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Além disso, a pandemia da Covid-19 também afetou a saúde emocional e mental dos brasileiros e por consequência, a procura por atendimentos psicológicos cresceu. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) calcula que a demanda aumentou 82% em consultórios particulares de todo o país. Por que buscar ajuda na psicologia?  A psicologia é a ciência que irá buscar a compreensão sobre como o ser humano cria a suas próprias narrativas. Sendo assim, o psicólogo identifica traumas, medos e receios que podem acarretar uma vida frustrada. O papel do psicólogo é conduzir a pessoa para à autodescoberta, à compreensão sobre as suas dificuldades e a forma com que se relaciona com o seu “mundo interior” e exterior. Para isso, ele aplica métodos científicos, a fim de compreender a psiquê humana e atuar no tratamento e prevenção de doenças mentais e melhorar a qualidade de vida do indivíduo.  Ele vai acolher e ouvir, sem julgamento, o sofrimento e a queixa trazida, trabalhando o que está por trás deles, conduzindo a pessoa em um processo de aceitação e mudança. Isso acaba diminuindo a dor e o sofrimento da pessoa.  Ouvir o paciente ajuda a fortalecer a sua autoestima, conexão com o mundo e a achar sua força interior, diminuindo as defesas que lhe afastam da realidade. Conduzir no entendimento das emoções, ajuda para que o paciente as identifique mais facilmente, fortalecendo seus recursos psíquicos para lidar com as angústias da vida.  Entretanto, um passo importante na busca por ajuda profissional, é estar disposto a encarar os incômodos que irão surgir dessa escolha. Muitas vezes, ignorar as emoções pode parecer melhor do que de fato entendê-las, interpretá-las e resolvê-las, portanto, manter a vontade de passar pelos desafios e incômodos para encontrar uma vida mais satisfatória é de suma importância nessa jornada. 

Por que jovens negros tem mais chance a depressão

Você sabia que o Brasil ocupa o topo do ranking no número de casos de depressão na América Latina? Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 12 milhões de pessoas são afetadas pela doença no país! Inclusive, na faixa etária de 10 a 29 anos, o número dos casos de transtornos mentais também é preocupante, especialmente entre jovens negros, que chegam a ter 45% mais chances de desenvolver depressão que um jovem branco.  Por isso, precisamos urgentemente olhar para a saúde mental dos jovens negros! Um ponto de partida para entender esse cenário é falar sobre raça, esse tema nos ajuda a entender como pretos e brancos são percebidos no Brasil, e consequentemente, as diferenças nas maneiras em que são tratados.  Existe no Brasil um imaginário racial que, infelizmente, inferioriza pessoas negras, criado desde o período da escravidão, com a desumanização do povo africano os transformando em escravo, acompanhado de uma ideologia de dominação racial que valoriza a cultura de sociedades brancas e desvaloriza a herança das culturas de origem africana.  Entretanto, além da escravização, temos as políticas de miscigenação e branqueamento, mortalidade infantil, encarceramento em massa, subemprego, desemprego e miséria, que são algumas das expressões do racismo atual na nossa sociedade. Infelizmente, o racismo está presente desde a infância até a vida adulta da população negra, e podemos ver o impacto devastador disso, através de sentimentos de inferioridade, baixa autoestima, sentimentos de vergonha, culpa, medo, angústia, ansiedade, insegurança, inadequação, autocobrança excessiva, rigidez… Para inverter este quadro precisamos combinar uma série de fatores, como por exemplo, políticas públicas de combate e a valorização dos movimentos sociais. É possível e preciso sentir prazer e orgulho de ser quem se é, cultivando amor interior e atuando coletivamente para podermos curar as sequelas do racismo.

Como melhorar a sua relação com as redes sociais?

Te parece impossível viver sem acesso à internet? Seja para trabalho, conversar com os amigos ou se manter informado, a internet está presente em diferentes ocasiões e, definitivamente revolucionou a nossa forma de viver! O grande desafio dessa relação, no entanto, é mantê-la saudável. Um estudo da plataforma Scielo/USP pesquisou a influência das mídias sociais em transtornos como ansiedade e depressão em estudantes de medicina. Acredite, o estudo mostrou que os efeitos do consumo excessivo de redes sociais, além de ser um gasto de tempo que poderia ser dedicado a outras tarefas, traz prejuízos emocionais. Nas redes sociais, com todo mundo compartilhando apenas o lado bom da vida, faz parecer que a felicidade é algo muito simples e só não a conquista quem não deseja. No entanto, a relação entre redes sociais e saúde mental pode sim aumentar a impulsividade, ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade, solidão, baixa autoestima e tendência a atitudes suicidas. Como melhorar a minha relação com as redes sociais? É dentro desse cenário que precisamos fazer um questionamento importante: como posso usar melhor as minhas redes sociais? Pensando em te ajudar a responder a essa pergunta, separei algumas dicas importantes para manter essa relação saudável:   • limitar o tempo de navegação  • priorizar páginas que tenham bons conteúdos  • filtrar a fonte e avaliar as informações divulgadas É sempre importante lembrar que a influência das redes sociais na saúde mental depende em grande parte da qualidade do conteúdo consumido e da exposição do usuário à rede. Na maioria dos casos, o consumo desenfreado provoca grandes impactos que podem exigir terapias específicas para restabelecer o equilíbrio e o bem-estar emocional. Por isso, fique de olho e atento aos seus hábitos!

Por que estamos vivendo a era do esgotamento mental?

Você sente que termina seus dias extremamente cansado, indisposto, ansioso e/ou desmotivado? Se a sua resposta foi sim é provável que você esteja passando por um período de esgotamento mental. Essa é uma situação marcada pelo desequilíbrio do corpo e da mente, ou seja, é quando uma pessoa atinge o limite das suas emoções e pode vir a desenvolver ansiedade generalizada, crises de pânico e até depressão. Para saber se você está passando por um período de esgotamento mental, listei abaixo os principais sintomas dessa condição: perda da produtividade; irritabilidade; insônia; desmotivação com a vida; dificuldade de raciocínio e de concentração; ansiedade; Quais são as causas do esgotamento mental? O esgotamento mental, normalmente, surge pelo excesso de preocupação, por exemplo, a pressão de atingir metas, competição no trabalho, desconfiança, insatisfação, infelicidade no casamento, acúmulo de tarefas no dia a dia, entre outros. Além disso, a pandemia da Covid-19 também contribuiu com o aumento do quadro de esgotamento mental na população, uma pesquisa feita pela USP mostra o Brasil liderando a lista de 11 países com mais casos de depressão e ansiedade durante a pandemia do novo coronavírus. A necessidade de isolamento social combinado com o trabalho home office, fez com que a vida pessoal e profissional se misturasse, perdendo os limites de onde uma termina e a outra começa. O resultado disso são pessoas cada vez mais estressadas, cansadas, ansiosas e deprimidas em diversos âmbitos da vida.  4 dicas para lidar com o esgotamento mental Reverter esse quadro, antes de qualquer coisa, requer consciência de como seu corpo e sua mente tem estado nos últimos tempos. E para começar a lidar com o excesso de preocupações, separarei 4 dicas para aplicar na sua rotina: 1. Mude hábitos Hábitos negativos como trabalhar por muitas horas seguidas, comer mal e ingerir muita cafeína são prejudiciais para a saúde, principalmente para a sensação de esgotamento emocional. 2. Pratique exercícios físicosMovimentar o corpo ajuda a liberar serotonina e endorfina, conhecidos como “hormônios da felicidade”. 3. Determine momentos de trabalho e lazer Determinar horários de vida profissional e pessoal ajuda o cérebro a relaxar e descansar de verdade nas horas certas, melhorando a concentração e o humor. 4. Procure ajuda profissional se necessário É fundamental procurar ajuda profissional em situações que não seja possível resolver os problemas sozinho. E para esse ponto, pode contar comigo!

Síndrome de Burnout: o que é e como evitar

A Síndrome de Burnout ou em outras palavras, Síndrome do Esgotamento Profissional é o resultado de uma forte exaustão causada pelo esgotamento profissional, ou seja o estresse pelo excesso de trabalho! Para se ter uma ideia, essa síndrome tem sido uma preocupação cada vez mais frequente em termos de saúde mental relacionada ao trabalho, por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a Síndrome de Burnout na lista da 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Ao inserir o Burnout na lista da CID-11 caracterizando como “problema associado ao emprego ou desemprego”, a OMS dá maior visibilidade a esse mal, reconhecendo o trabalho como um fator que influencia o estado de saúde do indivíduo. Qual a diferença de Burnout x Estresse? Quando as pessoas ouvem falar da Síndrome de Burnout pela primeira vez, é comum se questionarem sobre qual a diferença e como identificar quando é síndrome ou o estresse. Na verdade, um faz parte do outro, os sintomas do estresse constante estão presentes na Síndrome de Burnout. Em outras palavras, a síndrome de Burnout é uma consequência do estresse crônico. Mas vale pontuar, a principal característica da síndrome de Burnout está relacionada ao trabalho! É o estado de exaustão e tensão emocional, provocado por condições de trabalho desgastantes, e o estresse, é a reação do corpo a essas situações. Em resumo, o corpo e a mente ficam constantemente em posições de alerta devido as demandas do trabalho, o que gera um esgotamento físico e emocional, onde é possível constatar um quadro de Bournot. Prevenir é melhor do que remediar. Ficar cansado depois de uma semana intensa de trabalho é completamente normal. Assim como vivenciar momentos de estresse causado pela rotina. No entanto, dar atenção aos sinais da mente e do corpo, principalmente quando todo o cansaço e estresse parecem piorar no ambiente de trabalho, é fundamental para evitar que aconteça casos do Burnout. Aqui vai alguns pontos de atenção: Repare como seu corpo reage ao chegar e ao sair do seu local de trabalho. Dores de cabeça, taquicardia, respiração mais ofegante… O desânimo para cumprir as tarefas, a falta de concentração e foco ou aquela vontade de desligar o despertador pela manhã e “matar o serviço” são indícios de que algo não vai bem.  Não ignore as reações do seu corpo, elas apontam o caminho e dão os primeiros sinais de que é preciso desacelerar! Lembre-se também que o desenvolvimento da síndrome está associado a esgotamento físico e mental, e rotinas mais saudáveis que envolvam boa alimentação, boa higiene do sono e a prática de atividades que diminuam o estresse, contribuem para evitar a progressão do distúrbio.

Esgotamento mental no trabalho: como identificar e por que é perigoso para sua vida pessoal?

Segundo a International Stress Management Association, nosso país está em segundo lugar no ranking de trabalhadores com burnout, também conhecido com esgotamento mental, uma síndrome onde o atingido apresenta alto nível de estresse relacionado ao trabalho. Esse tipo de estresse crônico enfraquece o sistema imunológico e pode facilitar o aparecimento de outras doenças psicossomáticas, como a ansiedade e a depressão. No texto “Trabalho e saúde mental: cuidado com as armadilhas!” disse que, de acordo com a OMS, ser mentalmente saudável é ser capaz de desenvolver habilidades pessoais, lidar com estresse, mudanças e desafios, desenvolver relações sociais e trabalhar de forma produtiva, tudo isso com o bem-estar por perto. Mas vamos combinar que esse pequeno parágrafo é, na prática, algo difícil de se manter integralmente. Mas como identificar o esgotamento mental? Se você se sente intensamente desgastado em seu ambiente de trabalho, sempre chega ao fim do dia cansado físico e mentalmente, extremamente estressado, sente que não é mais o mesmo, que seu raciocínio está lento e o seu humor no chão, talvez você precise parar e olhar para isso com calma e, mais importante, com ajuda profissional. Outros sintomas são: dores de cabeça frequentes, dores musculares, alteração nos batimentos cardíacos e sentimento de fracasso. Com todos esses sintomas, todas as outras áreas da sua vida serão afetadas, se já não estão sendo. Infelizmente, você não terá tempo de qualidade para passar com amigos e família, e vai se sentir cada vez mais distante. A recomendação dos especialistas diante desses sintomas é unânime: não dá para deixar para depois. Quanto mais cedo você olhar para isso, mais cedo voltará integralmente à ativa. 2020 foi o ano em que a concessão de auxílio doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais bateu recorde! Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, houve uma alta de 26% em relação a 2019, com 576,6 mil afastamentos. Entre eles, há maior incidência de afastamento por depressão e ansiedade, doenças, como disse, desencadeadas pelo burnout. Caminhos para solução Apesar de o mundo atual ser movido a telas, informações e estímulos, às vezes, buscar exercícios para deixar o FOMO (Fear of Missing Out, ou, em tradução livre, medo de ficar de fora) de lado, podem te ajudar. Praticar exercícios e ter horários para lazer com pessoas com as quais você se importa, também. Outra ação que pode, e deve, ser tomada diz respeito à organização do seu dia. Pessoas que estão sempre apagando fogo, no sentido figurado, têm mais chances de se estressar e chegar ao burnout. Por isso, tente planejar sua semana no domingo ou na segunda de manhã, separando as atividades em 1. importante, 2. urgente e 3. circunstancial, que é aquela tarefa pedida de última hora e para ontem. Te dou mais um conselho! Busque seu autoconhecimento. Conforme você se conhece mais, vai saber seus horários mais produtivos, o que te agrada ou desagrada, quais são os seus sonhos, qual é o seu propósito e o que te faz feliz. A cultura da correria, hiperconexão, não separação da vida pessoal e profissional, jornadas exaustivas, não podem continuar sendo normalizadas Coloque em sua agenda pausas de cinco ou dez minutos ao longo do dia para fazer um exercício de respiração, para meditar ou se alongar. Tente não fazer mil atividades ao mesmo tempo, se comprometa a ter uma atenção exclusiva a cada uma delas. Com pouco tempo, sua qualidade de vida vai aumentar e o distúrbio causado por más condições de trabalho pode diminuir ou não chegar até você.

Biles, Osaka e Liz…

Foto de capa: Liz Cambage, Simone Biles e Naomi Osaka debatem a importância da saúde mental no esporte. Fotos: Getty| Arte: Karoline Souza/CLAUDIA O esporte está na minha vida desde que eu nasci. Quando tinha 3 anos de idade, sentava no colo do meu pai e assistia futebol com ele. Minha mãe tentou me colocar em balé, jazz e ginástica olímpica na infância. Lembro da Copa do Mundo de 94, eu chorando de emoção com o tetra do Brasil. Na mesma época, me apaixonei por Michael Jordan e vi todos os títulos do Chicago Bulls da década de 90. Logo em seguida, surgiu o Guga e seus títulos de Roland Garros no tênis e as irmãs Williams, fortes e dominantes. Mais para frente, vibrei com Daiane dos Santos e seus saltos incríveis no tablado da ginástica. Enfim, a cada tempo, surgiu alguém para eu admirar. Detalhe, sempre algo em comum: todas e todos atletas! Mais velha, tentei jogar handebol e vôlei e descobri que tinha talento para apoiar o time e minhas colegas, mas não habilidades para ser uma atleta.Mudei várias vezes de equipe, tive crush em diversos jogadores e troquei de esporte favorito, mas o que nunca mudou foi como meu coração batia forte todas as vezes que assistia um atleta pela televisão. Acordei na madrugada da ginástica artística para ver a Simone Biles. Não sei se você que me lê é apaixonado por esportes, mas quando vejo grandes atletas, sobretudo mulheres, me sinto próxima, como se fôssemos colegas. Então, eu precisava acordar para apoiar a Simone. Ela é um fenômeno da ginástica. O que sempre me impressionou em Simone e, em todos esses atletas que citei, foi o amor e respeito pelo esporte. Todos eles me inspiraram durante a vida a não desistir. Existe esse grande aprendizado em relação ao esporte para mim: o fracasso, as perdas, as lesões, as vitórias, as alegrias. As emoções são caminhos de aprendizados e possibilidades. Hoje, quando Simone desistiu de competir, mesmo sem parecer estar lesionada, senti um misto de angústia e dúvida sobre esses aprendizados, inclusive pensei: ‘ela é a Simone Biles. Atletas não desistem’. Isso durou alguns segundos! Em seguida, lembrei da tenista japonesa-haitiana Naomi Osaka e da jogadora de basquete australiana Liz Cambage. O que elas têm em comum com Simone? Todas desistiram. Diante da pressão desse momento delicado que vivemos de pandemia, elas abriram mão de competir em prol de sua saúde mental. Eu sou psicóloga, então sei bem como esse acúmulo de pressão que vivemos na vida pode nos prejudicar. Ainda mais para atletas que não puderam se preparar adequadamente nesse período de pandemia, que antecedeu as Olimpíadas. Além disso, eles são expostas a uma pressão por resultados e uma boa relação com imprensa e fãs. Nada disso é simples ou fácil. Cada uma dessas atletas tem seus motivos para colocar sua saúde mental em primeiro lugar e, mais uma vez, o esporte me ensina a lidar com os enfrentamentos da vida. Elas não desistiram. Elas foram muito corajosas em reconhecer que se sentir vulnerável faz parte do nosso processo como ser humano, não há nada de vergonhoso ou ruim nisso. A psicologia leva tão a sério a saúde emocional como forma de aumentar e potencializar a performance de um atleta, que temos uma especialidade somente para o tema: a psicologia do esporte. A lógica é, quanto melhor e mais preparado você se sentir, melhor vai performar. Se o atleta sente ansiedade ou medo de falhar, vamos trabalhar com ele técnicas de respiração, vamos acompanhá-lo nos momentos de competição e traçar um plano para que ele mantenha o rendimento e supere suas dificuldades. A ginasta brasileira Rebeca Andrade teve três cirurgias no joelho. Lesões são um dos maiores medos dos atletas, mas ela mesmo já contou que sua psicóloga contribuiu bastante na sua recuperação. Nessa competição, notei que ela usa técnicas de respiração para manter foco. Canalizando essas frustrações da lesão para o bem, ela teve um resultado incrível: a segunda maior nota no individual geral, ou seja, se classificou como a segunda ginasta mais completa do mundo. Para mim, não há nada mais importante que estar bem física e emocionalmente. Como diz Viktor Frankl, psiquiatra fundador da logoterapia: “quem tem um por que, aguenta quase todo como”. Que nossa maior motivação seja sempre nós mesmos! Obrigada Simone, Naomi, Liz e tantos atletas que seguem nos inspirando diariamente dentro e fora do esporte.

Não se posicionar também é se posicionar

Graças a muitas batalhas, hoje conseguimos viver em uma sociedade onde podemos nos posicionar, compartilhar histórias, fazer protestos, votar, ir e vir, entre outras ações. Temos uma Constituição que garante acesso à direitos fundamentais, como educação, propriedade, trabalho, moradia e saúde.  Claro que muitas vezes eles não chegam, ou pelo menos não a todas as pessoas, mas devemos reconhecer que estamos um pouco melhores do que no século passado nessas questões. Nossa vida é feita de escolhas, que são tomadas de forma consciente, ou não, considerando o cenário, as possibilidades e, claro, as consequências. Apesar do que eu citei no parágrafo acima, temos muito ainda para conquistar. Alguns exemplos Igualdade de gênero. Neste texto sobre o voto como nossa arma para mudar as coisas, eu compartilho brevemente o caminho que tivemos que fazer para ter direito ao voto, e dou destaque para a trajetória de mulheres, ressaltando os bons resultados que tivemos nas últimas eleições municipais. No entanto, ainda ganhamos menos no mercado de trabalho, e o cuidado com os outros, filhos, mais velhos e casa, ainda é exigido majoritariamente por nós. Também precisamos avançar nos cargos de liderança e nos mais altos escalões da política. Raça. É uma questão sensível neste país onde muitas pessoas ainda acreditam na democracia racial. No entanto, basta olharmos para espaços de poder como a política e grandes empresas para ver que ainda estamos um longe da igualdade. Do outro lado, olhando para os níveis de violência, a população negra é a que mais sofre. Em 11 anos, os níveis de homicídio das pessoas negras cresceu 11,5%, enquanto que o de outros grupos caiu 13%, segundo o Atlas da Violência de 2020. Dados tristes como esse podem ser observados em relação à violência doméstica, violência obstétrica, mortes por covid-19 e outras doenças, além da taxa de encarceramento da população. Classe. Esses dias eu vi que a concentração de terras aumentou na última década e, alinhado a isso, a produção de monoculturas, que usam toneladas de agrotóxicos. No ano da pandemia, onde milhares de pessoas perderam seus empregos e outras muitas começaram a passar fome ou viram sua situação de vulnerabilidade social se aprofundar, surgiram 11 bilionários no Brasil, reforçando a máxima da desigualdade econômica nesse país que é tão rico, mas onde poucos têm muito. Sobre os deveres Neste país de dimensões continentais, nem todas as pessoas são conscientes em relação aos três pontos que citei acima. Tem muito mais coisa para discutir, mas considero que conhecer esses três assuntos é um bom início para entender o funcionamento de estruturas e se posicionar contra elas para fazer parte da mudança. Chegamos até aqui porque as pessoas se posicionaram contra a escravidão, contra a monarquia, contra as regras sociais que diziam que mulheres deveriam ficar em casa cuidando dos filhos, contra o coronelialismo e outras muitas injustiças! Pensar em nosso devir, ou seja, nas próximas gerações, deve passar pelo o que queremos deixar para elas. O Brasil que queremos deixar para os nossos filhos terá fome? Desmatamento? Veneno no prato? Machismo e misoginia? A partir do entendimento, é necessário compartilhar! Lá em cima eu falei que nem todas as decisões são conscientes, porque tem muitas pessoas que não entendem o peso ou a importância de suas ações. Existe uma ignorância generalizada em certos setores que não pode ser individualizada, ou seja, não podemos também culpabilizar um indivíduo por uma estrutura construída ao longo de séculos. Para citar um último exemplo, quero falar do voto em branco. Conheço inúmeras pessoas que não votaram ou votaram em branco com o discurso de que aquilo não iria fazer diferença. Três anos depois, é difícil fingir que aqueles votos não importavam. Nossas ações importam! Nosso voto, nossa intervenção e posicionamento importam e fazem a diferença. Sempre que puder, tenha isso em mente e compartilhe com a sua família e amigos. Vamos juntos em busca de um mundo melhor.