Graças a muitas batalhas, hoje conseguimos viver em uma sociedade onde podemos nos posicionar, compartilhar histórias, fazer protestos, votar, ir e vir, entre outras ações. Temos uma Constituição que garante acesso à direitos fundamentais, como educação, propriedade, trabalho, moradia e saúde.  Claro que muitas vezes eles não chegam, ou pelo menos não a todas as pessoas, mas devemos reconhecer que estamos um pouco melhores do que no século passado nessas questões.

Nossa vida é feita de escolhas, que são tomadas de forma consciente, ou não, considerando o cenário, as possibilidades e, claro, as consequências. Apesar do que eu citei no parágrafo acima, temos muito ainda para conquistar.

Alguns exemplos

Igualdade de gênero. Neste texto sobre o voto como nossa arma para mudar as coisas, eu compartilho brevemente o caminho que tivemos que fazer para ter direito ao voto, e dou destaque para a trajetória de mulheres, ressaltando os bons resultados que tivemos nas últimas eleições municipais. No entanto, ainda ganhamos menos no mercado de trabalho, e o cuidado com os outros, filhos, mais velhos e casa, ainda é exigido majoritariamente por nós. Também precisamos avançar nos cargos de liderança e nos mais altos escalões da política.

Raça. É uma questão sensível neste país onde muitas pessoas ainda acreditam na democracia racial. No entanto, basta olharmos para espaços de poder como a política e grandes empresas para ver que ainda estamos um longe da igualdade. Do outro lado, olhando para os níveis de violência, a população negra é a que mais sofre. Em 11 anos, os níveis de homicídio das pessoas negras cresceu 11,5%, enquanto que o de outros grupos caiu 13%, segundo o Atlas da Violência de 2020. Dados tristes como esse podem ser observados em relação à violência doméstica, violência obstétrica, mortes por covid-19 e outras doenças, além da taxa de encarceramento da população.

Classe. Esses dias eu vi que a concentração de terras aumentou na última década e, alinhado a isso, a produção de monoculturas, que usam toneladas de agrotóxicos. No ano da pandemia, onde milhares de pessoas perderam seus empregos e outras muitas começaram a passar fome ou viram sua situação de vulnerabilidade social se aprofundar, surgiram 11 bilionários no Brasil, reforçando a máxima da desigualdade econômica nesse país que é tão rico, mas onde poucos têm muito.

Sobre os deveres

Neste país de dimensões continentais, nem todas as pessoas são conscientes em relação aos três pontos que citei acima. Tem muito mais coisa para discutir, mas considero que conhecer esses três assuntos é um bom início para entender o funcionamento de estruturas e se posicionar contra elas para fazer parte da mudança.

Chegamos até aqui porque as pessoas se posicionaram contra a escravidão, contra a monarquia, contra as regras sociais que diziam que mulheres deveriam ficar em casa cuidando dos filhos, contra o coronelialismo e outras muitas injustiças!

Pensar em nosso devir, ou seja, nas próximas gerações, deve passar pelo o que queremos deixar para elas. O Brasil que queremos deixar para os nossos filhos terá fome? Desmatamento? Veneno no prato? Machismo e misoginia? A partir do entendimento, é necessário compartilhar!

Lá em cima eu falei que nem todas as decisões são conscientes, porque tem muitas pessoas que não entendem o peso ou a importância de suas ações. Existe uma ignorância generalizada em certos setores que não pode ser individualizada, ou seja, não podemos também culpabilizar um indivíduo por uma estrutura construída ao longo de séculos.

Para citar um último exemplo, quero falar do voto em branco. Conheço inúmeras pessoas que não votaram ou votaram em branco com o discurso de que aquilo não iria fazer diferença. Três anos depois, é difícil fingir que aqueles votos não importavam. Nossas ações importam! Nosso voto, nossa intervenção e posicionamento importam e fazem a diferença. Sempre que puder, tenha isso em mente e compartilhe com a sua família e amigos. Vamos juntos em busca de um mundo melhor.

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