O diálogo é algo que está presente em praticamente tudo o que faço. Como psicóloga, ele me acompanha durante os atendimentos, na escuta aos pacientes. Como empreendedora, ele me ajuda a resolver questões junto a parceiros, fornecedores e clientes. Na vida pessoal, ele também está lá, permitindo que eu cuide da minha relação com meus familiares e amigos.

A conversa entre duas ou mais pessoas tende a ser ainda mais rica quando os envolvidos têm posições opostas sobre determinado assunto, quando cada ponto de vista enxerga uma solução diferente para o mesmo problema. Ora, se o problema é o mesmo, por que não podemos pensar juntos na solução? Por que brigar, se podemos dialogar?

Neste artigo, quero contar para vocês uma das ideias que consegui tirar do papel: o painel Diálogos Possíveis. Ele tem como objetivo juntar atores da sociedade que sejam diversos para a discussão de temas mais delicados, considerados tabu, mas que precisam ser tratados. 

O surgimento da ideia

A ideia do Diálogos Possíveis não surgiu da noite para o dia. Ao longo de toda a minha trajetória de vida, eu tenho observado como a sociedade, muitas vezes, caminha para situações conflituosas, que não precisariam chegar a pontos tão extremos se o diálogo fosse trabalhado.

Dentre todos os exemplos, o que mais chamou minha atenção e provocou em mim a necessidade de fazer algo, foi a divisão política que se estabeleceu no país, desde o processo de impeachment da Dilma. Foram meses de pessoas se afastando umas das outras em prol de uma posição política.

De lá para cá, o extremismo parece ter contaminado todos os demais assuntos que possamos discutir, e as pessoas começaram a agir cegamente em defesa de seus pontos de vista. Tudo bem defender aquilo que você acredita, isso é muito rico. O problema é fazer isso a qualquer custo e sem ouvir o ponto de vista do outro.

O diálogo não é uma queda de braço onde um lado precisa vencer e o outro perder. Muito pelo contrário, o diálogo é uma conversa onde o principal objetivo é a troca de conhecimento e isso faz com que todos saiam ganhando. 

Foi quando pensei: “e se houvesse um espaço para que pessoas, com diferentes pontos de vista, pudessem conversar sobre os assuntos considerados tabus pela sociedade?”. Surgiu, então, o “Diálogos Possíveis”, um painel de discussão no qual pessoas diversas falam sobre temas mais sensíveis, em busca de um diálogo enriquecedor a todos.

A formatação do painel Diálogos Possíveis

O painel Diálogos Possíveis aborda um tema diferente a cada edição. O tema do primeiro painel foi “quais as formas de diálogos saudáveis entre a Polícia Militar e a Sociedade Civil?”, que foi inspirado na questão da violência policial, assunto que ganhou destaque no país após casos como da morte de jovens no final de um baile funk em Paraisópolis e da mulher de Barueri que foi imobilizada de forma bruta por um policial que pisou em seu pescoço.

Nele, participaram representantes da Polícia Militar, do Ministério Público do estado de São Paulo, do Instituto Sou da Paz e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foi uma experiência incrível, onde pudemos conhecer os pontos de vista de diferentes parte envolvidas e discutir, de forma muito saudável, os desejos e necessidades que existem em comum entre a Polícia Militar e a sociedade civil.

Na data em que escrevo este artigo, estamos indo para a segunda edição, que vai abordar a temática da saúde mental, em função do mês de setembro ser dedicado a essa temática. A cada painel, um novo tema e uma nova banca, sempre pensando em trazer a diversidade para que a discussão envolva diferentes pontos de vista.

O legado que pretendo deixar

O painel Diálogos Possíveis foi criado para mostrar que qualquer assunto não só pode como deve ser discutido de forma saudável e produtiva. Em meus canais, eu busco sempre implementar essa dinâmica do diálogo, onde praticamos a escuta ativa e o respeito à opinião do outro. Você também pode fazer isso em seu dia a dia, tornar mais diálogos possíveis.

O diálogo deve ser visto como uma oportunidade de encontrar pontos em comum entre as partes, aquilo que ambas desejam ou precisam. O conflito é a expressão de uma necessidade de cada um e não depende de quem está envolvido convencer o outro para ser resolvido. O meio pacífico é muito mais vantajoso, já que permite o nosso crescimento e  evolução como seres humanos.

Ouvir o outro com atenção e interesse durante uma conversa pode te ajudar a compreender melhor um ponto de vista diferente do seu. Não é preciso que concorde com o que a outra pessoa está dizendo, mas fica mais fácil estabelecer o diálogo quando você entende o que está sendo dito e consegue usar argumentos mais compreensíveis.

Todos saem ganhando quando se dispõem a dialogar, por isso eu te convido a pensar nos diálogos possíveis em sua rede de convívio. Leve essa ideia de conversa para os seu dia a dia, busque novas formas de expor suas opiniões e ouvir as opiniões alheias. Esteja mais aberto ou aberta ao diálogo. Você pode se surpreender com o resultado!

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