Durante décadas, filmes, músicas e livros venderam a ideia de que existe uma pessoa predestinada a completar todas as nossas lacunas emocionais. Parece romântico, mas cria um problema: quando você acredita que só será feliz ao encontrar “a outra metade”, transforma o relacionamento em solução para carências que pertencem ao autoconhecimento e não ao outro.
Entrar numa relação carregando o peso de “curar” inseguranças e traumas gera codependência. A menor falha do parceiro vira motivo de frustração, e o vínculo passa a oscilar entre cobranças e medo de abandono. Além de desgastar a saúde mental, essa dinâmica bloqueia o crescimento individual, porque toda energia é usada para manter o outro por perto — não para evoluir.
Ao entrar inteira num relacionamento, você não procura alguém que “complete” suas faltas, e sim alguém que complemente sua jornada. Isso reduz expectativas irreais, facilita conversas sobre limites e fortalece a parceria, porque cada um se sente responsável pela própria felicidade.
Cultivar o autoconhecimento e autocuidado antes do encontro não afasta o amor; pelo contrário, cria espaço para escolhas afetivas mais conscientes e recíprocas. Não coloque a expectativa de cura no outro. Seja inteira, e permita que o próximo capítulo da sua história seja construído a partir de abundância, não de falta.