Você deve ter observado o aumento do tema saúde mental na sua rede. Assim como o autocuidado, que falamos por aqui na semana passada (clique aqui para ler o texto completo), o assunto está entre os mais procurados, principalmente desde que a pandemia começou. O cenário de incerteza disparou gatilhos e dados do Google apontaram alta de 98% nas buscas sobre transtornos mentais em 2020, comparado à média de 10 anos anteriores, com destaque para as frases “como lidar com depressão” e “como lidar com a ansiedade”.

É possível que você tenha notado ainda como nos meses de janeiro e setembro a saúde mental está sempre em alta, sendo abordada com frequência em programas de canais abertos da televisão, por artistas globais nas redes sociais e por governos em campanhas locais. O Janeiro Branco é o mês da saúde mental, enquanto que o Setembro Amarelo busca concientizar pessoas em relação ao suicídio. Esses meses são muito significativos, pois promovem campanhas de conscientização e quebram tabus que rondam pessoas que lidam com essas questões.

Dificuldades no acesso à prioridade global de saúde

Abordar esse tema não é adiável. Por conta de sua relevância, é considerada uma prioridade global de saúde, visto que a promoção de uma mente saudável acarreta na qualidade de vida e, consequentemente, no desenvolvimento econômico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o percentual de pessoas com transtornos mentais em países de alta renda que não recebem tratamento adequado está entre 35% e 50%. Nos países de baixa e média renda, esse número fica entre 76% e 85%.

Atualmente no mercado há inúmeras startups e aplicativos que exploram a saúde mental digital, com a proposta de diminuir os custos de terapias e aumentar o acesso. Você acredita que atualmente dá para fazer terapia via texto com terapeutas de carne e osso? Existem também aplicativos que usam inteligência artificial para terapia cognitivo-comportamental, onde pacientes conversam com um bot sobre suas aflições.

Mas, afinal, o que é saúde mental?

Ser mentalmente saudável, de acordo com a OMS, é ser capaz de desenvolver habilidades pessoais, lidar com estresse, mudanças e desafios, desenvolver relações sociais e trabalhar de forma produtiva, tudo isso com o bem-estar por perto.

Dentro da psicologia o assunto está em alta por conta do aumento da demanda. Para citar um exemplo, a procura por atendimento psicológico durante o ano passado na rede municipal de São Paulo aumentou 116%. O Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que atendia 24 mil pessoas em setembro de 2019, atendia, segundo a pesquisa, 52  mil pessoas em outubro de 2020. Na rede privada não foi diferente, como mostra essa matéria do G1.

Como vimos, a resposta do mercado também aponta que a busca por soluções de problemas que são comuns a muitas pessoas é urgente. Mais e mais pessoas estão falando sobre isso, da mesma forma que as incertezas dos tempos de pandemia tem desencadeado transtornos mentais que já eram preocupantes.

Acredito que para além do tratamento quando um paciente já chega com a questão, nós, enquanto profissionais da psicologia, devemos trabalhar na prevenção. Os governos, as escolas, as comunidades, e outros espaços, precisam falar mais sobre isso, visando promover bem-estar, seja no ambiente físico ou virtual.

Para finalizar, indico a todos uma série de cartilhas sobre saúde mental que a Fiocruz preparou. Lá são abordadas formas de lidar com o tema no trabalho, pessoalmente, com as crianças. Os materiais falam ainda sobre luto, cuidados paliativos, suicídio, violência doméstica, migrações humanas e cuidados povos indígenas.

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