Na segunda, 27 de abril, às 21:58, a página Quebrando o tabu publicou no facebook um post sobre um erro de hashtag postada no twitter em apoio ao presidente do Brasil, chamando a atenção para o fato de que, supostamente, “70.000 pessoas” escreveram incorretamente a mesma palavra na manifestação de apoio. Isso poderia ter algumas explicações, inclusive uma delas, é a escolha dos apoiadores repostarem a hashtag com maior engajamento, mesmo escrita errada, para aumentar visibilidade – eu pensei e você também poderia pensar – se não estivéssemos na era das fake news, isso seria bem possível, mas hoje, levando em conta todo o contexto, pouco provável. Claro que já havia pensado sobre a problemática de se espalhar mentiras nas redes sociais e captar, através disso, um capital político, mas eu não entendia a profundidade e o real impacto dessa ação nos países, na política e na vida de cada um de nós.

Eu também não entendia por que não recebi fake newsna época das últimas eleições presidenciais e porque várias pessoas que eu convivo também não haviam recebido. Eu tive contato com essas mentiras, quando uma colega, decidiu compartilhar algumas sobre a candidata à vice presidência, Manuela d´Ávila e eu fiz uma tentativa de mostrar notícias reais que combatiam aqueles fatos, mas a pessoa, por posicionamento político diferente do meu, não quis acreditar. Enfim, segui em frente, ainda pensando que muitas pessoas não acreditariam no que estava sendo mostrado ou dito. Eu fui extremamente inocente!

Para mim, a questão principal de lidarmos com tempos de muitas fake News, é pensarmos no impacto, por exemplo, das eleições em 2018 para quem foi afetado por mentiras e escolheu votar branco ou nulo. Essas mentiras da era da pós verdade têm causado mudanças absurdas no mundo que conhecemos. Em uma conversa com uma amiga querida, cientista política e pesquisadora incrível, me indicou o documentário lançado pela Netflix Brasil no ano passado: Privacidade hackeada (The Great Hack). Nele vemos como os dados se tornaram mais importantes e relevantes que o petróleo, como a falta de privacidade no uso dos nossos dados explicam fatos políticos, econômicos e mudanças de grande impacto na nossa sociedade. Recomendo a quem ainda não assistiu para contribuir nas discussões sobre a sociedade atual e a necessidade de refletimos, seriamente, no que compartilhamos, e principalmente, como acessamos, recebemos e acreditamos nas informações que chegam até nós!

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